Empreendedorismo feminino: uma tendência global de oportunidade e empoderamento

Por Bruna Voltolini

A cada ano que se passa, mulheres conquistam novos papéis na sociedade e caminham rumo a um protagonismo em diversas áreas. Dentro do empreendedorismo feminino, que vem colaborando para a construção de uma sociedade mais justa, o cenário não é diferente. O movimento reúne negócios idealizados e comandados por mulheres, sendo possível entendê-los também como iniciativas de liderança feminina, como a atuação de mulheres em cargos elevados.

O Brasil, hoje, ocupa o lugar de 7º país com o maior número de mulheres empreendedoras, segundo dados levantados através da pesquisa feita pela Global Entrepreneurship Monitor – GEM (Monitoramento de Empreendedorismo Global), realizada em 49 países. Ao todo, mais de 24 milhões de brasileiras tocam seus próprios negócios, gerando empregos e movimentando a economia. Apesar do cenário positivo, ainda são necessárias mudanças para que as mulheres tenham seu potencial valorizado.

Uma pesquisa feita pelo Sebrae em parceria com a FGV, mostra que as redes sociais são mais utilizadas por mulheres empreendedoras como canais de venda do que pelos homens donos de negócios; e 69% das empresárias já vendiam ou passaram a vender online a partir da crise causada pelo novo coronavírus.

Outro dado levantado pelo Sebrae e que também chama a atenção é a quantidade de tempo dedicado ao negócio, já que as empreendedoras utilizam 17% a mais que os homens nas horas semanais voltadas para a gestão. 

Segundo a analista de empreendedorismo feminino no Sebrae, Renata Malheiros, a pesquisa mostra também que as mulheres estão mais abertas ao universo online para comercializar seus produtos e manter o relacionamento com os clientes, percebendo um grande movimento que foi acelerado com a pandemia.

Esse foi o caso da empreendedora Daniella Cecatto, dona da Danits, loja online voltada para a venda de donuts. A ideia surgiu através da tia, muito antes do isolamento social começar, que acabou não dando conta do trabalho e a convidou para dar continuidade no negócio. Durante a pandemia, a loja impulsionou e trouxe bons resultados.

“O negócio ajudou a me tornar mais independente e a construir uma rotina de trabalho”, relata. E conta ainda que o que mais a motiva são os familiares e amigos que a elogiam, e o bom feedback que recebe dos clientes. No futuro, espera conseguir abrir a loja física para dar continuidade ao negócio.

Mesmo com o fechamento de centenas de empresas devido ao isolamento social durante a pandemia, as mulheres terminaram o ano de 2020 elevando em 40% o empreendedorismo feminino. No período, 54% das mulheres decidiram por abrir novas empresas ou investir em negócios voltados a serviços, tendo como nichos principais a alimentação, beleza, estética e moda. A pandemia também empurrou essa natureza feminina para empreender. 

Quem também viu a pandemia como uma oportunidade foi a empreendedora Stefany Salvador. Ao lado da família, ela tinha o sonho de montar o próprio negócio e, ao juntar esse sonho com o interesse em trabalhar com produtos personalizados, a Tigu Personalizados nasceu.

“Com a pandemia, estamos todos em home office, então, montamos um espaço aqui na nossa casa e estamos fazendo tudo por aqui. As vendas são feitas exclusivamente pelas redes sociais, que consequentemente viraram minhas melhores amigas”, conta.

Além de ajudar as empreendedoras a enxergarem um lado seu, até então, desconhecido, os negócios abertos durante a pandemia normalmente estão alinhados com os seus desejos futuros. Como é o caso de Stefany, que se sente cada vez mais motivada a fazer com que sua loja dê certo ao pensar em quão relacionado seu negócio está com o curso de seus sonhos, Design Gráfico.

Afim de fortalecer o empreendedorismo feminino, o Sebrae-SP lançou, em agosto de 2020, o Movimento Sebrae Delas SP. Tendo como foco principal apoiar mulheres que desejam ter um negócio próprio, ajudando a despertar o autoconhecimento e aumentar a rede de contatos, além de auxiliar no acesso ao mercado.

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