‘Sweet Tooth’ é série para todos os públicos e tem fotografia encantadora

Talento puro - Christian Convery dá vida ao protagonista Gus na série e encanta por sua atuação, bem como todos os seus companheiros de cena.

‘Sweet Tooth’ é mais uma série no catálogo da Netflix que se tornou sucesso no Brasil ficando no Top 10 dos produtos mais consumidos pelos usuários por duas semanas. E a série realmente faz valer o tempo dedicado a ela. É um produto feito para toda a família, para qualquer público e faixa etária e merece, muito, ser vista. 

A série apresenta a seguinte premissa: um vírus letal se espalha e milhões de pessoas no mundo são afetadas e o planeta nunca mais será o mesmo. Com isso, seres chamados de híbridos começam a nascer, ou seja, crianças que misturam traços humanos e de animais e são esses seres especiais que são imunes ao Flagelo, a tal doença causada pelo vírus.

O cenário então se inicia e o público passa a acompanhar a trajetória de Gus, o menino híbrido com traços de cervo em busca de sua mãe. 

Para quem não sabe, a série é baseada em uma HQ de mesmo nome e um dos desafios dos criadores Beth Schwartz e Jim Mickle, era justamente imaginar como adaptar a sombria história em quadrinho em uma trama para toda a família, tarefa cumprida com muito êxito e isso pode ficar comprovado logo no início da história, no primeiro episódio.

Certamente muita gente já ouviu a famosa frase: “Não julgue um livro pela capa”. Com os produtos audiovisuais é a mesma coisa, a ‘capa’, neste caso, é a sinopse e até mesmo o primeiro episódio que precisam ser convidativos para o espectador querer continuar assistindo. No caso do audiovisual, esse tempo de convite é ainda mais apertado, pois existe a informação de que os primeiros 30 minutos de conteúdo são primordiais para fisgar a atenção e aguçar a curiosidade de quem assiste. Mais um tópico do checklist que foi cumprido com maestria por ‘Sweet Shoot’.

A direção é primorosa, em todos os seus aspectos. Destaque merecido para a equipe de arte e fotografia que estavam em perfeita sintonia. O primeiro episódio entrega um verdadeiro espetáculo em contrastes muito bem pensados, cores e iluminação que enchem os olhos. O cenário é composto por objetos de cena perfeitamente pensados e toda a composição externa que engrandecem o ambiente onde vive o protagonista é de se parabenizar. O figurino dos personagens também é extremamente convidativo, com certeza foi um casamento perfeito da equipe de direção, nada passou despercebido ou ficou fora da curva, desde o roteiro até os movimentos de câmera. Para dar ainda mais firmeza a essa aliança, a trilha sonora completa a receita de ingredientes da obra perfeita. 

São oito episódios muito bem pensados, planejados e curiosos e os pedidos para uma segunda temporada são imensos. Vale ressaltar que toda essa obra de arte foi produzida em meio a pandemia de Covid-19, o que ressalta ainda mais o talento de toda a equipe. O primeiro capítulo, portanto, foi filmado quando a pandemia ainda não fazia parte do nosso cotidiano, lá em 2019, na Nova Zelândia e, depois, as sequências foram terminadas já com os protocolos de segurança.

Vale à pena assistir ‘Sweet Shoot’, o público precisa se munir de boas histórias, sair da zona de tramas policias e suspenses com serial killers que também são boas opções, mas essa, em especial, remete a uma sensação de esperança, tranquilidade e todos precisamos disso. Não pense que a narrativa não propõe emoção, muito pelo contrário, há cenas eletrizantes nessa fábula pós-apocalíptica baseada nos quadrinhos de Jeff Lemire. Assista.

Deixe uma resposta