Mariana Padilha
Por priorizar a qualidade de suas peças e o bem-estar de seus trabalhadores, a maioria das confecções sustentáveis tem uma produção menor em relação a marcas não-sustentáveis. Entretanto, todos os detalhes da produção, armazenamento, transporte e comercialização de suas peças são pensados para reduzir os impactos ambientais e diminuir o desperdício.
A produção da matéria-prima para a fabricação dos produtos ocorre através de materiais naturais e biodegradáveis oriundos da natureza como a lã, seda e o algodão, cultivados de maneira sustentável, sem o uso de agrotóxicos e utilizando de forma consciente a água. A coloração das peças é feita por meio de corantes naturais e a sobra de materiais é evitada ao máximo.
Segundo a estudante de Design da PUCPR, Nicole Leithold, para a produção de uma marca ser considerada sustentável, ela deve priorizar o uso de tecidos sustentáveis, não produzir as peças em larga escala, evitar usar plásticos nas embalagens, reciclar os retalhos de tecidos e reutilizar tudo o que puder.
O uso de bicicletas para a entrega das peças ou a comercialização próxima de onde ocorre a produção, são algumas das maneiras encontradas para reduzir a emissão de poluentes emitidos pelos meios de transporte. Porém, a entrega pelos correios ainda acaba sendo utilizada algumas vezes por conta da distância.
Para Isabela Scalabrin e Manuela Andrade, fundadoras da plataforma de venda de roupas sustentáveis CIÒ, as empresas de moda que adotam a sustentabilidade são compromissadas em estimular seus clientes e possíveis clientes na adoção de padrões de consumo mais sustentáveis, além de práticas de cuidado e higiene com tudo o que diga respeito ao mundo da moda.
Ou seja, a moda sustentável e o consumo consciente só existem e são realmente efetivos quando não só o produtor, mas também o consumidor passa a adotar essa ideia.
A ComTempo tem como principal objetivo, abordar temas que precisam de mais liberdade, atenção, aprofundamento e espaço para discussão na sociedade.