A condição humana é algo surpreendente, muito mais do que o próprio humano! Para um olhar desavisado, poderá parecer a mesma coisa. Enquanto o humano, como espécie, é mais um integrante no rol de criaturas que habitam este planeta, sua condição diz respeito ao que ele faz, pensa, age e reage neste ambiente, por vezes sem a consciência de que muitos, se não a totalidade dos problemas pelos quais passa, são resultados de seus próprios atos e não uma resposta do destino, de alguma divindade ou simplesmente azar!
Invariavelmente as narrativas (!!!) que encontramos nos mais diversos formatos, de filmes e livros, à música e pintura, relatam a condição humana. Podem ser verídicas ou ficcionais, não perdem o requinte de mostrar que somos uma espécie que tem tudo para dar certo, mas que se esforça bastante para dar errado! Do tabagismo às altas velocidades, das usinas nucleares às armas biológicas, das queimadas à pesca predatória, o humano, na sua condição, parece buscar a afirmação de uma superioridade ilusória, acreditando literalmente no “feito à sua imagem” que aprendemos logo cedo em alguns textos religiosos.
Puxe pela própria memória: lembra de alguma vez que viu uma pessoa fazendo algo que jamais poderia dar certo? Você viu o erro chegando, a galope, mas esse indivíduo parecia ignorar todas as leis deste universo em favor de sua posição na escala evolutiva. “Isso não vai acabar bem…”, passou por sua cabeça. Dito e feito, deu errado! Independentemente da intensidade do erro, o agente do caos sempre vai parecer surpreso, com uma expressão de ingenuidade e inocência, sem entender em qual momento a existência conspirou contra seu sucesso.
Muito bem, se você se lembrou de um episódio como esse, também deve ter se lembrado de algum no qual você… sim, você, leitor(a)… foi o(a) protagonista da bobagem toda. Então, pergunto: quando você perdeu o pé na realidade e acreditou que aquele malabarismo quântico poderia funcionar?
Com o tempo, adotei algumas obras como expoentes dessa condição humana que beira o surrealismo.
“Pronto, lá vem ele falar sobre alguma ficção científica cabeçuda, ou um autor daqueles que dá tontura já no título…”
Engano seu. Vou para outro lado, mais lúdico e bem-humorado. Poderia escrever páginas sem fim sobre minha admiração por “Os Três Patetas” ou “O Gordo e O Magro”. Os Irmãos Marx ou Jerry Lewis. Comédia “nonsense”, pastelão de primeira linha. Ótimas para entender essa tal condição humana! Afinal, nada mais cotidiano do que empurrar um piano escadaria acima esperando que nada atrapalhe! Mas, vou seguir outro parâmetro de surrealismo…
Vou falar de uma história que aconteceu há muito tempo.
Que começa como toda história de fantasia.
“Era uma vez…”
“…em Hollywood!”
Professor universitário, pesquisador e divulgador científico com formação multidisciplinar promove a convergência de conteúdos para provocar um pensamento mais crítico e atuante sobre a Sociedade e a Cultura. Mestrado e doutorado nas áreas de Comunicação e Tecnologia, desenvolve estudos e projetos relacionados à Teoria do Tempo, Narrativa e Cultura. Atua como Colaborador da Berkeley University of California. Nerd, cinéfilo e aquarista, ama livros, música e, principalmente, cães.