Pedro Leal
Desde o alinhamento perfeito ao alto contraste, um minimalismo contínuo ou o enquadramento adequado, as técnicas do Design podem ser aplicadas em nosso cotidiano sem necessariamente estarmos usando-as no ambiente profissional. De fato, pela sua popularização, muitas vezes utilizamos elas de forma inconsciente, como quando buscamos alinhar objetos numa prateleira simplesmente por toc. Mas o que acontece quando, de forma consciente e intencional, utilizamos cores, conceitos e recursos desse campo nas mais variadas situações de nossa vida?
Fomos atrás de alguns professores do curso de Design Gráfico do Centro Universitário Unifafibe, para entrevistá-los a fim de debater e, quem sabe, responder essas questões.
Partindo da definição de Design feita por Alexandre Wollner, o. professor mestre Haroldo Coltri Eguchi, Mestre em Design de Produtos pela UNESP/Bauru e Docente no Centro Universitário Unifafibe contou-nos um pouco sobre sua vivência.
ComTempo – Design, tomando como base uma de suas definições, é projeto. Sendo assim, como ele o ajudou você pessoal e profissionalmente)?
Haroldo – O Design é uma forma de organizar, principalmente visualmente, as informações. Esta organização me ajuda muito a comunicar minhas ideias. Quando faço uma apresentação ou uma planilha, por exemplo, aplico meus conhecimentos para transmitir os dados da melhor forma possível. Ele também possui uma série de metodologias que auxiliam na geração de novas ideias. Percebo que estas metodologias têm se infiltrado nos mais variados campos do conhecimento sob o apelido de Design Thinking.
ComTempo – O fato de ser designer mudou a forma como você vê e aprecia a Arte?
Haroldo – Antes de estudar Design eu tinha uma visão muito rasa sobre as artes. Foi durante a faculdade que descobri que havia uma complexidade maior do que eu poderia supor. Direcionei meus estudos na graduação justamente para este tópico – História e Teoria da Arte, bem como sua contraparte: História e Teoria do Design -justamente como uma forma de conhecer melhor este assunto tão rico, transformando meu modo de olhar para todas as formas de arte. Hoje em dia, ao ver uma obra de arte, muita da minha apreciação está em imaginar o processo criativo que levou o autor a produzi-la.
Mas não só de Arte viverá o homem! Dessa forma, o professor mestre Antônio Vieira, Mestre em Imagem e Som pela UFSCar de São Carlos e Docente no Centro Universitário Unifafibe disse, em entrevista a ComTempo, ampliando a fala do colega, um pouco mais sobre como o Design mudou a organização e a resolução de problemas em sua vida.
ComTempo – O Design, de alguma forma, tornou a sua vida mais organizada (desde seu guarda roupa até sua agenda e sua rotina) ou mais produtiva?
Antônio – O Design me ajudou a enxergar meus processos de maneira projetual (uma espécie de Design Thinking para vida).
ComTempo – A sua experiência com Design mudou a forma como você busca solucionar os problemas?
Antônio – Sim, como mencionado anteriormente tomar uma abordagem de solução de problemas como em um projeto.
Por último, entrevistamos a professora mestre Bethânya Graick Carizio, mestra em Design de Produto na UNESP/Bauru, para que falasse um pouco mais sobre o Design e a confortabilidade, principalmente atrelado a sua linha de pesquisa do Doutorado, a Ergonomia.
ComTempo – Como a sua formação em Design influencia no seu conforto e bem estar e no das pessoas à sua volta?
Bethânya – Minha formação foi toda voltada para a Ergonomia, ciência que estuda o conforto e a boa interface entre homem, máquinas e artefatos em geral, sendo assim essa ciência me influenciou no modo de viver, organizar minha vida bem como o espaço onde vivo e isso afetou as pessoas mais próximas, com certeza!
ComTempo – Quais as mudanças que um estilo de vida minimalista pode trazer?
Bethânya – A palavra chave seria descomplicação da vida. A teoria minimalista nos convida viver de forma a ter o que é essencial, por exemplo possuir somente objetos, artefatos que têm alguma função física, direta, nada de excessos e exageros, assim como já dizia Ludwig Mies Van Der Rohe: menos é mais.
Dessa forma, o Design pode nos ajudar a apreciar a Arte, em suas mais variadas formas, de uma maneira diferente. Indo além, pode nos ajudar a planejar, projetar e realizar nossa vida, alterando nossa organização e nosso conforto. Se você, por acaso, estiver pensando em como começar a aplicar o Design na sua vida, um bom começo seria pela Literatura. Design para quem não é Designer, por Robin Williams e O Design do Dia a Dia, de Donald Norman, trarão boas noções sobre como isso pode se aplicar à tarefas cotidianas. À partir disso, você conseguirá direcionar melhor seu olhar e suas ações para uma vida mais organizada, produtiva e com mais arte!
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