E, de uma hora para outra, as luzes se apagaram

Escrito por: Mariana Padilha

A crise no teatro e como a mensagem tem sido transmitida em tempos de pandemia.

Para quem estava acostumado ao calor humano, as plateias lotadas e aos beijos e abraços em cena, esse ano tem sido desafiador, já que tudo isso teve que mudar, sendo substituído pelo distanciamento social. Sendo assim, os profissionais de teatro de todo o mundo tiveram que se reinventar e criar novas medidas para continuar trabalhando. 

Para muitos, utilizar o meio online foi a alternativa encontrada. Esse universo passou a fazer parte do dia a dia não só desse setor, como de tantos outros. E, por meio dele, profissionais de teatro passaram a realizar, através de videoconferências e lives, peças, cursos e aulas.

cartaz da peça Farol, realizada pela cia teatral Cena Hum

De maneira inédita e com peça toda produzida durante o isolamento social, a companhia de teatro de Curitiba-PR, Cena Hum, estreou a peça “Farol”, estrelada por Marco Zenni e escrita e dirigida por George Sada. A expressão foi transmitida ao vivo do palco do teatro Cena Hum, durante os sábados dos meses de junho e julho deste ano, para quem comprasse os ingressos também de maneira online.

Os profissionais em formação também tiveram que se adaptar às aulas remotas. Segundo Anna Luiza Wantuch, estudante de teatro da PUC-PR, a faculdade adotou as aulas por meio de plataformas online, porém, por conta da impossibilidade de fazer exercícios de teatro, já que precisam ser presenciais, estão produzindo material audiovisual, como curtas-metragens.

peça Farol sendo encenada no palco do teatro Cena Hum. Créditos: George Sada

A escola de teatro da companhia Cena Hum também adotou as aulas remotas para dar continuidade ao trabalho dos alunos e professores. E, como esperado, houve diminuição no número de alunos que, por dificuldades com o meio online, não gostar da metodologia ou perda da renda, desistiram do curso. Por conta dessa diminuição, a companhia não está medindo esforços para continuar com o vínculo de todos os funcionários. 

Os prejuízos para o meio são inevitáveis, pois o teatro é presença e isso não está podendo acontecer. Para o diretor teatral George Sada, as maiores dificuldades para o meio virão mais para a frente, quando houver temor ou resistência do público para retornar aos auditórios. Anna Luiza pontua também os prejuízos financeiros e teme a sobrevivência de algumas companhias.

Muitos falam que o teatro se reinventará por conta das mudanças ocorridas na pandemia. Mas, tanto George quanto Anna, não acreditam na reinvenção completa do teatro. “Apenas foi criada uma nova forma de continuar enviando a mensagem do teatro enquanto não podíamos utilizar a tradicional, mas isso não significa que estamos substituindo ou criando outra linguagem teatral”. 

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