“Acredito que muitos filmes serão produzidos pós-pandemia, tem muito roteirista de quarentena”

ESCRITA POR: MARCOS PITTA

É claro que abordar essa temática nos faz abrir um leque de possibilidades, pensamentos e opiniões. Afinal, assim como afetou inúmeras áreas, a pandemia do novo coronavírus atingiu, em cheio, o mercado audiovisual.

Com isso, as manifestações que podem ser abordadas em uma reportagem com este teor são diversas, e a ComTempo pretende explorar, ao máximo, essa diversidade audiovisual e os impactos, tanto negativos quanto positivos, neste mercado, claro que um bem maior que o outro.

Para começar, para quem acompanha o ‘Fone de Ouvido’, podcast da ComTempo, já deve ter visto que o tema teatro e pandemia foi abordado. E assim continuamos. Nesta edição, como quase cem por cento dos holofotes estavam voltados para esse cenário preocupante e mundial, nossa reportagem foi atrás de quem está analisando esse impacto na mídia com olhar mais jovial, em início de carreira, mas com experiência de um currículo benquisto. Prematuridade para falar do assunto? Não. Dosagem certa, equilíbrio… essas podem ser as palavras para definir o motivo pelo qual entrevistamos o jovem Lucas Vasconcelos, roteirista, diretor, editor e com tantas outras qualidades mais. 

Nesta conversa, Vasconcelos fala sobre sua carreira, sua estreia na televisão, como foi influenciado a seguir este caminho e ele faz uma observação: “Acredito que muitos filmes, várias obras serão produzidas pós-pandemia, tem muito roteirista de quarentena, rs”.

Lucas, para quem não sabe, é filho do diretor de novelas da Rede Globo, Pedro Vasconcelos que esteve à frente de tramas como ‘Espelho da Vida’, em 2018 e 2019, nós perguntamos a ele se os seus planos estão em seguir os passos do pai e mergulhar nesse universo folhetinesco do audiovisual: “Não penso em dirigir novelas, meu negócio é mais cinema autoral, talvez até uma série, mas nada além disso”, explica, e continua dizendo que apesar de não ser um telespectador assíduo de novelas, tem “noção de que a teledramaturgia é uma das maiores riquezas culturais do nosso país”. 

Pontuamos com ele também sobre as mudanças que esse gênero e todos os outros podem sofrer após a pandemia: “Acredito que tudo vai mudar depois disso tudo, não só as novelas como o cinema, o teatro… Não temos como saber o novo formato das novelas, mas eu apostaria em uma reinvenção geral”, analisa.

Lucas também atuou em uma das últimas temporadas de ‘Malhação’, exibida pela TV Globo, foi sua estreia na televisão: “Foi uma ótima experiência, tive momentos inesquecíveis, mas eu sempre preferi atuar no teatro e não para a câmera, diferente da direção, que eu prefiro estar sempre ao lado da câmera. Eu prefiro realizar meus projetos por conta própria, como autor, diretor e editor”.

Essa paixão pela profissão começou através de uma junção de experiências: “Acho que não existiu um momento exato em que eu soube que iria seguir essa carreira, talvez uma junção de experiências que me fez seguir um caminho artístico. Com certeza meus pais tiveram grande influência nisso, por serem do meio artístico. Sinto-me privilegiado por ter a mesma profissão que meu pai, minha infância foi nos sets de filmagem. É como se eu tivesse um professor de cinema na família”, explica o jovem, contando que sua primeira experiência com cinema foi um curta-metragem, realizado com seus vizinhos e amigos: “Tudo foi feito pelo celular. Foi meu primeiro contato com direção e edição, eu estava na escola e totalmente entusiasmado com filmes”, lembra o diretor, roteirista e editor de ‘Nada de Bom Acontece Depois dos 30’, filme que Lucas desenvolveu e que lançou o trailer recentemente em suas plataformas digitais. 

Essa produção é da Boa Ideia Entretenimento e conta com o ator Pedro Nercessian no papel principal. Além disso, o profissional participou das gravações do filme ‘O Mágico Di Ó’ e conta que se sentiu privilegiado de fazer parte deste projeto: “Eu não via a hora de levar o material pro Rio (de Janeiro) e começar o processo de edição. Editar esse trabalho mudou a minha vida, foi meu primeiro longa-metragem como editor. Mal posso esperar pra ver o filme nas telas do cinema”, responde animado, contando que tem escrito e editado bastante durante o período em que todos devem estar em casa por conta da pandemia: “É tempo de organizar a mente e se preparar para logo logo voltar a filmar. Finalmente finalizei meu último curta-metragem ‘Nada de bom acontece depois dos 30’ e escrevi meu primeiro longa-metragem. A quarentena foi um momento de inspiração para mim”, finaliza.

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