Episódio 2 – O meio ambiente está pedindo socorro

Por: Mariana Valverde

Como citamos no episódio anterior, os hábitos da sociedade atual têm prejudicado o meio ambiente, e as projeções para o futuro não são nada agradáveis. Mas para falar com propriedade sobre esse assunto, convidamos a bióloga Maria Amália para conversar com a ComTempo.

Conheça a bióloga

Maria Amália da Silva Santarossa, 35, é formada em Ciências Biológicas – Licenciatura Plena, pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), tem mestrado em Ciências, na especialidade Química na Agricultura e no Ambiente pela USP (Universidade de São Paulo/CENA) e é doutora em Aquicultura, na especialidade Biologia Aquática, pela Unesp (Universidade Paulista “Júlio de Mesquita Filho”/CAUNESP).

Durante sua carreira, teve experiências profissionais incríveis, ensinando e gerando conhecimento em escolas; desenvolvendo pesquisas nas áreas de Ecotoxicologia Aquática e Mutagenicidade e Antimutagenicidade de produtos naturais; além de projetos e cursos em sua área. 

Maria Amália da Silva Santarossa.

Afinal, qual risco o meio ambiente corre atualmente?

Para a bióloga, vários tipos de poluições são prejudiciais ao meio ambiente, como a poluição das águas, do ar, do solo, térmica, visual, sonora, radioativa, entre outras, que, segundo ela, altera todo o equilíbrio do ambiente e dos seres vivos, “causando diversos problemas, como problemas na saúde humana e problemas ambientais”, comenta.

E com relação ao lixo, ela salienta que esse é considerado um grande problema ambiental: “Em sua maioria, o descarte do lixo ocorre de maneira incorreta, provocando elevadas contaminações do solo, do ar e da água”. Maria Amália ainda diz que o brasileiro se preocupa pouco com o descarte do lixo, pois, para muitos, basta retirar o lixo de casa, e a partir daquele momento, já está resolvido. Mas obviamente não é assim que funciona, né?

E como o plástico afeta a nossa rotina?

Ao questionarmos sobre os famosos plásticos que fazem sucesso na mídia e destroem os mares, ela explica: “O plástico provém de resinas derivadas do petróleo e à medida em que o plástico se decompõe, libera gases de efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global”.

A doutora ainda deixa um alerta: “Mesmo que a sociedade tenha um pouco de consciência do quão prejudicial é o plástico, ela ainda não diminuiu seu consumo”.

Segundo ela, pesquisas apontam que frutos do mar têm altos níveis de toxinas geradas pela presença de plástico no seu organismo, o que impacta diretamente na vida humana, já que consumimos essa espécie como alimento.

“Além disso, não podemos deixar de comentar o impacto gerado para as pessoas dependentes economicamente da pesca. Essas ficarão em uma situação bastante comprometedora, pois faltará, em decorrência das mortes dos peixes, matéria-prima tanto para o comércio, quanto para o próprio consumo”, conta.

Outro impacto negativo trazido pelo plástico é na biodiversidade, “uma vez que animais (mamíferos, répteis, pássaros e peixes) ingerem esse resíduo, causando-lhes efeitos agudos e crônicos, além de sofrimento, até mesmo suas mortes”, explica.

Por isso, o plástico mal descartado chega aos aterros irregulares e aos oceanos, podendo afetar economicamente a vida dos comerciantes locais de pontos no litoral brasileiro e a nossa, de forma geral.

As pessoas não têm noção da gravidade!

Para a bióloga, a maioria das pessoas não têm uma conscientização e preocupação com o destino dos resíduos gerados, por isso, se continuarmos assim, é possível que a sociedade chegue a uma crise ambiental.

“É importante compreender que uma parte do problema está no excessivo consumo de nossa sociedade, gerando grandes desperdícios, produzindo, dessa maneira, resíduos inúteis e que reduzem a qualidade ambiental e, consequentemente, a qualidade de vida”, desabafa. Portanto é preciso repensar formas de consumir e descartar, para gerar melhor vida à natureza e à nossa rotina.

Para finalizar, Maria Amália considera que mais reflexões sobre esse tema têm sido colocadas em prática atualmente, porém, ainda há uma grande parcela da população que não tem essa educação de preservar o meio ambiente. “Falta, aos seres humanos, relacionar a degradação da natureza com suas vidas, nos diversos sentidos, entendendo que a degradação ambiental gerada por ele mesmo afetará diretamente ou indiretamente o equilíbrio de sua vida e das próximas gerações”, diz.

E deixa uma reflexão para todos: “As pessoas pensam muito no agora, em suprir suas necessidades momentâneas, mas esquecem do futuro. Por essa razão, acredito que é cada vez mais necessário insistir e estimular a conscientização ambiental. Temos aí um grande desafio no sentido de mudar alguns hábitos, incorporando pequenas atitudes que envolvem consciência ambiental”, finaliza.

O segundo episódio desse especial veio para esclarecer e alertar sobre o consumo excessivo de plásticos e seu descarte correto. No próximo episódio dessa saga sustentável teremos Karin Rodrigues, ativista do movimento Desperdício Zero, que vai falar sobre sua viagem para diversos países e como é sua rotina sem o desperdício de lixo que estamos acostumados.

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