Episódio 5 – Vegana com orgulho!

Escrito por: Mariana Valverde

No último episódio da série sobre  vegetarianismo e veganismo, entrevistamos duas veganas que contaram como é viver nessa vida que é nova para muita gente.

Dayana, de 33 anos, maquiadora e fotógrafa e Marjorie, de 26 anos, trabalha na área de vendas e estuda gestão de negócios e inovação. As veganas deixaram de comer carne de origem animal em 2016 e 2018, respectivamente.

A decisão veio de maneiras diferentes para as duas. Dayana sempre se preocupou com o meio ambiente, mas depois da morte do pai, começou a se preocupar com o assunto no geral: “Perdi meu pai naquele ano [2016] e passei a ter muita sensibilidade quando se tratava de morte. Ingerir carne, me fazia associar diretamente ao animal. Então comecei a me informar e percebi que consumindo carne, de alguma forma estava compactuando com tudo que lutava contra. Assisti dois documentários, “Cowspiracy”, que fala sobre os impactos ambientais dessa indústria e “Terráqueos”, que mostra de uma forma bem cruel, que humanos e animais estão no mundo para seguir seus próprios propósitos”.

Já Marjorie cortou a carne do cardápio dela depois de assistir o documentário “What the health”, da Netflix. “Sempre tive muito interesse e muita curiosidade pelo veganismo, mas eu também gostava muito de comer carne e queijos. Assisti o documentário que implica na saúde e eu já tinha amigos veganos e vegetarianos. Então eu tive um momento de reflexão para entender o que eu queria. Pra mim não fazia sentido só parar de comer carne. Eu tinha que tomar a decisão para saber qual era meu proposito na vida, o que eu acredito. Foi onde parei com tudo. Desde então o processo de transição foi muito bom”, conta.

Para a transição não ser difícil, ambas leram muito e se informaram sobre o assunto. Elas leram dicas, receitas e entraram em grupos no Facebook que ajudaram nessa nova etapa da vida.

A dificuldade para encontrar produtos sem origem animal tem uma perspectiva diferente para cada uma: “É bem mais simples do que se imagina. Se pararmos para pensar, estamos falando apenas de legumes, verduras, frutas e vegetais. Em qualquer varejão ou feiras encontramos opções vegetarianas para nos alimentar. Quando quero algo diferente, bolos, iogurtes, lanches, requeijão ou coisas assim, eu tento receitas da internet e sempre envio mensagem para mercados pedindo opções”, diz Dayana. Mas para Marjorie não é bem assim: “Eu tenho dificuldade para comer na rua. Nos restaurantes já é mais fácil de achar, porque é só perguntar se vai manteiga, banha de porco, etc. Mas no dia a dia, ao meu ver, as pessoas têm a cabeça muito fechada. A gente é criada dessa forma e uma coisa que poderia ser feita sem ovo ou queijo, não é”, conta.

E a compra: fica mais cara?

Para as duas, a compra do supermercado não fica mais cara. Marjorie salienta que caro é “comprar carne e queijo”. “Não é caro comprar grãos, frutas e legumes. Tive economia porque eu gastava cerca de 300 reais em carne, todo mês. E no café da manhã eu comia queijo e requeijão”, e a economia é certa: “esse mês fui no mercadão e comprei muitos grãos, para passar o mês inteiro, e a compra deu apenas 32 reais”, conta.

É necessária suplementação?

Dayana diz que as suplementações utilizadas por vegetarianos são as mesmas que um onívoro deveria fazer: “Geralmente quando vou ao médico peço meu hemograma e outros exames como B12 sérica, ácido fólico, ferro, ferritina e vitamina D, se der alguma alteração é necessário suplementar, conforme indicação médica”, com a Marjorie acontece o mesmo: “Nosso corpo tem dificuldade de consumir a vitamina B12. Eu encomendo capsulas vegetais por manipulação. Quando completei 1 ano de vegana fiz exames de sangue e está tudo bem. Não precisa ficar vivendo de pílula, é só pra B12 mesmo”, diz a vegana.

Vontade de comer carne? Não!

“Não sinto. Não identifico mais como alimento. Não aponto dedo na cara de ninguém e não gosto disso, porque afasta as pessoas, mas eu mesma busco conversar e não tenho vontade de comer”, contou Marjorie. E Dayana complementa: “Se torna muito mais simples ser vegano quando pensamos nos seres explorados. Se parece difícil viver sem comer carne, imagina para os animais o quanto é difícil por ainda comermos”.

E na hora do churrasco em família ou amigos, as duas veganas costumam levar suas próprias opções feitas em casa. Os amigos das duas veganas sempre deixam um espaço na churrasqueira para que cada uma, em seu churrasco, possa fazer sua comida.

“Eu costumo levar alguma opção, torta de palmito, quibe, o de abóbora cabotiá faz muito sucesso, é delicioso!”, diz Dayana. “Tenho pessoas maravilhosas ao meu lado. O próximo vegano que elas conhecerem, elas não vão julgar e vão saber lidar”, finaliza Marjorie.

A ComTempo está satisfeita em produzir um especial que fale sobre as possibilidades e oportunidades de viver uma de uma alimentação que não contribua com a crueldade animal e o dano ao meio ambiente.

Agradecemos a todos os colabores que fizeram nossa semana ser incrível.

E você, gostou? Conta pra gente!

Até a próxima!

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