Episódio 3 – Com a palavra, a nutricionista

Escrito por: Mariana Valverde
Edição: Marcos Pitta

Após explicar os conceitos de vegetarianismo e veganismo e apresentar o estilo de vida de quem resolveu ser vegetariano, a ComTempo entrevistou uma profissional da alimentação. A nutricionista Aina Fiori Dezem, 29 anos, trabalha há 4 anos no ramo e recentemente mudou sua alimentação que agora é restrita a qualquer prato que contenha carne.

Ao questionarmos a profissional sobre diferença entre o vegano, vegetariano e ovolactovegetariano, Aina explica: “o vegano não come nada que vem de origem animal. Além disso, ele rejeita tudo que vem do mesmo, ou seja, olha cada produto e se testa em animais”, declara. E ela ainda completa com o alerta: “Dependendo do nível de veganismo, ele pode até pensar em coloração de roupa e também coloração de alimentos, como o [chocolate] Moranguete, por exemplo: o pó que deixa ele rosa vem de um inseto”, completa.

Dezem ainda explica que o vegetariano apenas não consome a carne, como se fosse uma dieta. “Ele não entra na questão de olhar demais produtos”, diz a nutricionista, que finaliza sua explicação: “O ovolactovegetariano não come carne, mas come ovo e come produtos derivados do leite”.

O vegetariano precisa de suplementação?

A nutricionista explica que a suplementação depende da base alimentar de cada pessoa. “Não é por ser vegetariana que necessariamente a pessoa precisa. Tem pessoas que seguem a alimentação considerada padrão e ainda assim precisa de suplementos”, conta a nutricionista, que completa: “é engano nosso pensar que uma pessoa que não come carne precise de suplementação”, finaliza.

A dieta ideal

“Não existe um padrão fixo de alimentação. Ao meu ver, a melhor é aquela que você consegue seguir e que esteja com a menor quantidade de produtos industrializados”, diz a nutricionista.

E, atualmente, ela não está comendo carne: “Faz um tempo que estou sem comer carne, mas isso não é considerado uma dieta”, explica, continuando sua ideia de que o vegetarianismo não pode ser considerado uma dieta restrita, mas que nada mais é que apenas um tipo de alimentação.

“É um tabu querer falar como se fosse uma dieta super restritiva. Não é restritiva no sentido de faltar algo, você apenas está trocando a proteína animal pela proteína vegetal”, conta.

Ela declara que tem dias que ainda come peixe, porque o motivo principal por ter parado de comer carne é energético: “Através do reiki eu descobri que o nível de consciência de um peixe – que vive em cardume – é bem menor, porque é como se eles estivessem uma alma coletiva”.

O reiki é uma filosofia que acredita na energia, força e calor que emana de cada corpo, seja humano ou animal. O método do reiki permite que a pessoa se conecte diretamente com sua energia vital.

O cardápio indicado pela nutricionista

“Indico refeições sem carne porque ela atrapalha a digestão. E quando você retira a carne, você acaba retirando também a parte dos produtos industrializados”, diz.

Aina ainda fala sobre o prazer de comer e saber o que está comendo: “Morando em uma cidade pequena, não tem diversas opções de restaurantes com cardápio sem carne, e isso me leva a comer dentro de casa. Isso é bom porque faz você ficar mais atento ao que você está comendo, como esse alimento é elaborado”, complementa.

Para finalizar, Ainda destaca pontos importantes: “cada pessoa vai se alimentar de uma forma, ela terá gostos e horários que são típicos dela, sabores que apetecem mais ou menos, então eu sempre ver o que ela precisa, o que ela quer e qual o gosto dela”, diz.

“A dieta tem que ficar mais próxima ao que ela gosta para ela se sentir bem. A gente não pode tirar o prazer dos alimentos porque se não o que a gente estava tentando melhorar que, na maioria das vezes, é diminuir a ansiedade, a gente acaba gerando uma ansiedade muito maior e a gente tem um problema muito maior, pois a pessoa não consegue seguir a dieta e acaba se frustrando”, finaliza.

Projetos para 2020

“Para 2020 eu quero apresentar aos pacientes que se interessarem um projeto novo. Quero que eles entendam que eles têm liberdade.

Quando eu falo “você tem que comer carne todos os dias em todas as refeições” eu tiro a liberdade e o livre arbítrio. Por isso minha proposta para 2020 é que as pessoas passem por um processo de autoconhecimento e, com isso, eles saibam quais alimentos são realmente necessários”.

A proposta da nutricionista é fazer essa dieta por 21 dias, pois, para ela, após esse período o paciente terá mais clareza e poderá escolher o que é melhor para ela.

“A gente consome muito mais carne do que deveria. A pessoa está comendo muita carne em uma refeição, mas ela está utilizando toda aquela proteína? Temos que tomar muito cuidado com relação a isso. Diminuição não é problema algum”, finaliza a nutricionista.

Se você perdeu nosso primeiro episódio sobre a explicação dos conceitos de vegetarianismo e veganismo, clique aqui.

Agora, se você não conferiu o segundo episódio com a entrevista de um vegetariano falando sobre este estilo de alimentação, clique aqui.

No episódio de amanhã, a ComTempo vai apresentar uma entrevista com um restaurante de comida vegana, mostrando como o consumo por esses alimentos estão crescendo. Não perca.

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