Episódio 2: psicopatologia contemporânea: o corpo como base das emoções

Mariana Valverde

ALERTA DE GATILHO: Esta série de reportagens apresentada pela ComTempo trata sobre o suicídio, depressão e outros temas relacionados à saúde mental. 

Dando continuidade à série de reportagens sobre saúde mental, a ComTempo apresenta neste segundo episódio, um assunto que merece atenção. Afinal, você sabe o que é a psicopatologia contemporânea? Ela existe, está cada dia mais presente no nosso cotidiano e, mais precisamente, no nosso corpo, na nossa alma.

O ano é 2019. Jovens, crianças e adultos cada dia mais sofrem de transtornos psicológicos que, por muitas vezes, não são nomeados. Um transtorno sem nome, consequentemente, torna o sujeito sozinho, sem ajuda e sem amparo. O problema é que as questões psicológicas acabam afetando tanto a mente, quanto o corpo.

O nome para essa doença silenciosa é psicopatologia contemporânea, que está relacionada ao comportamento humano nos afazeres agitados e não-transparentes da rotina diária. A mente cansa, a alma pede socorro, a tecnologia avança, o trabalho aumenta, o estresse se agita e o corpo, como já sabemos, fala. Neste caso, grita.

A reação do corpo aos transtornos psicológicos

Entrando com cautela e, ao mesmo tempo, mergulhando profundamente neste tema, a ComTempo entrevista a psicóloga Camila Ferrari que explica todos os lados desta doença. De acordo com a profissional, a psicopatologia é uma forma de sofrimento psíquico, que vai se transformando com o passar do tempo, com as épocas”.

A psicóloga descreve, para que todos possam entender melhor, que a psicopatologia contemporânea engloba doenças que tanto ouvimos falar, como a “depressão, anorexia, crise do pânico, compulsões e as adições e todos esses sofrimentos que a sociedade pós-moderna trouxe”.

Ferrari explica que Sigmund Freud, o criador da psicanálise, estudou essas patologias e entendeu que estes sintomas são causados por palavras não ditas e, portanto, o corpo reage de diversas formas: “Novos sintomas vão surgindo conforme os laços sociais de nossa época vão mudando de formas inesperadas. A cada época o seu sofrer”, explica.

O mundo moderno e os sentimentos

Atualmente, com o trabalho, os estudos, a pressão do mundo moderno, as pessoas estão normalizando certos comportamentos que deveriam ter mais atenção. “É um tempo em que o contato com o outro está rarefeito, estamos muito mais focados no material, naquilo que já está pronto”, diz Ferrari, que continua, “por isso, o homem do século 21 faz escolhas sem pensar, gerando angustias e ansiedades”.

A psicóloga explica ainda sobre como é importante que este homem “saiba nomear seus sentimentos e comportamentos, para conseguir, assim, controlar suas ações impulsivas, violentas, sentimentos de tédio, apatia e vazio”.

A ComTempo pediu para a profissional deixar reflexões e ela finaliza a entrevista falando que “o sofrimento faz parte da vida humana, porém, até que ponto devemos suportar esta dor? Com tantas regras e metas para atingir a felicidade, nossos desejos e subjetividades ficam de lado, surgindo o sofrimento, do qual indica a necessidade de agir e mudar”.

É partindo desse assunto que devemos refletir sobre a depressão que cerca o ser humano atual. No terceiro episódio dessa série sobre saúde mental você confere um relato pessoal sobre a depressão.

Escrita por: Mariana Valverde
Edição de texto: Marcos Pitta

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