Cursinho pré-vestibular: a fase de buscar sonhos

Pâmela Pitta Mourinho

Cursinho pré-vestibular, uma fase da vida onde estudantes preparam-se para uma das fases mais aguardadas da vida, ser aprovado em uma universidade. Muitas vezes as pessoas, pais, mães ou outras que estão presentes no cotidiano de cada um desses alunos, não param para analisar as inúmeras dificuldades que esse momento proporciona.

Na maioria dos casos, estudantes se vêem perdidos por justamente não saberem como prosseguir e sua cobrança interna deixa de ser algo positivo e passa a ser prejudicial, abalando o psicológico do vestibulando.

Eu, Pâmela Pitta Mourinho, sou estudante de cursinho e assim como milhares de outros jovens, busco por uma vaga na tão sonhada universidade e sentindo na pele o quão difícil e maçante é essa caminhada. Estou em meu primeiro ano de estudos e percebi o quanto é complexa essa fase. É momento no qual você está se descobrindo, desenvolvendo o melhor método de estudo, conhecendo seus limites, tudo isso em um processo longo que, na maioria das vezes, exige mais experiência para dar o “start” para este tão esperado sonho.

Outra estudante que também percorre o caminho deste sonho é Bianca Pizani Soares, de 18 anos, que está em seu segundo ano de cursinho e diz já ter percebido um amadurecimento não só nela, mas nas pessoas que estão ao seu redor: “Está sendo uma grande ajuda para que eu me organize em relação aos meus estudos, especialmente esse ano. Há bastante incentivo por parte dos professores e coordenadores, para que todos nós, alunos presentes naquela sala de aula, alcancemos nossos objetivos”, relata a estudante.

Soares complementa dizendo acreditar que esforço e dedicação são as palavras para definir esse ano de cursinho: “Espero que possa conquistar minha vaga na faculdade como resultado desse esforço”.

Entrevistei uma das professoras do cursinho, Orlanda Fernandes, que contou sobre sua experiência em sala de aula com esses jovens sonhadores e futuros profissionais:

ComTempo: Pela sua experiência em sala de aula, os alunos terminam o cursinho preparados para ingressar no ensino superior? Ou a maioria continua com as aulas?

Orlanda Fernandes: Os alunos saem do cursinho com uma enorme quantidade de informações, conhecimentos das disciplinas específicas, conhecimento sobre resoluções de provas. Mas, estar preparado é mais que isso, é necessário conhecer um pouco das realidades distintas das universidades públicas e privadas, não pela qualidade, mas há algumas diferenças sim, principalmente para os que escolheram bacharelado e essas diferenças exigem preparo. O mundo acadêmico é muito diferente de tudo que temos até chegarmos nele.

Além disso, há a insegurança quanto a área de atuação, há o fato de não haver vagas pra todos e as provas serem bastante concorridas, há todas as questões emocionais dos alunos que são desprezadas em provas desse tipo, todas essas coisas também afetam nosso preparo e podem nos fazer ficar mais um tempo com as aulas.

 

ComTempo: Poderia dar uma dica de como lidar com o psicológico nesta fase?

Orlanda Fernandes: A primeira coisa é perceber que não é o que fazemos que determina quem somos, mas quem somos determina o que e como fazemos. Romper com a ideia de que pra ser alguém na vida é necessário um sucesso profissional formatado com padrões, muitas vezes, inatingíveis por questões de economia mundial e não de dedicação. Os alunos já são alguém, começamos a nos tornar alguém quando nascemos e não paramos mais. O trabalho é apenas uma das dimensões do que somos, se perceber isso, veremos que podemos sobreviver de qualquer trabalho. Se houver chance de escolha ótimo, se não houver, faremos o melhor e nos demais momentos continuaremos a ser alguém na vida. O sucesso é relativo.

ComTempo: Qual seriam suas palavras de apoio para os vestibulandos com a chegada das provas? 

Orlanda Fernandes: A prova não necessariamente mede conhecimento, mede preparo e treino, ela é a porta pra algo maior, um teste por não haver vagas para todos. Não atingir a meta numa prova não indica falta de inteligência ou talento, muito menos fracasso. Assim, acredite que está preparado e treinado, se não der, treine mais. A sua inteligência você terá a chance de mostrar após a prova, com as escolhas profissionais que fará após a entrada. É uma entrada injusta, massacrante e eliminatória, mas é só uma entrada. Sempre somos capazes de nos preparar e mesmo construir novas entradas.

 

A preparação pode ser intensa, mas tudo no final vale a pena. Muitos jovens estão em busca de conhecimento para conseguirem ingressar no ensino superior ainda mais conectados e antenados com o que querem fazer para o resto da vida. O cursinho, muitas vezes, serve também para que o estudante tenha certeza da carreira que quer seguir, além de proporcionar mais amadurecimento e responsabilidade.

Leia mais reportagens baixando gratuitamente a quinta edição da ComTempo, clicando aqui.

Deixe uma resposta