“Temos poder de melhorar a autoestima das pessoas e precisamos saber usá-lo”

Marcos Pitta

Sair do ensino médio, ingressar na faculdade, pegar o diploma e, finalmente, entrar no mercado de trabalho. É este o caminho que muitos jovens querem percorrer e sonham diariamente enquanto estudam para ter uma profissão. No entanto, o que mais ocorre no cenário brasileiro é a conclusão deste caminho até o momento em que o diploma está nas mãos. A parte final, entrar no mercado, é a mais difícil.

De acordo com o IBGE, em março de 2019, o número de desempregados no Brasil atingiu 13,4 milhões de pessoas, a maior taxa de desemprego desde o trimestre terminado em maio de 2018, quando a taxa ficou em 12,7% (mesma taxa do primeiro trimestre deste ano).

Com o desemprego acelerado, os jovens acabam sendo os mais afetados. Para exemplificar, em pesquisa realizada pela Rede Nossa São Paulo, a RNSP em 19 de fevereiro deste ano, entre 100 jovens da capital, 28 estão desempregados. Trazendo este percentual para números exatos, a pesquisa revelou 411.473 moradores de São Paulo entre 16 e 24 anos sem trabalho.

A ComTempo então, resolveu ouvir o outro lado, com objetivo de mostrar aos que estão à procura de trabalho, histórias de quem conseguiu um emprego, daqueles que saíram do ensino superior e já ingressaram em sua área de atuação. O objetivo ainda é apresentar às áreas que esses jovens conseguiram se colocar no mercado e qual a visão que eles têm do atual cenário trabalhista.

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Eduarda Secolaro (23), enxerga o grandioso futuro que sua profissão oferece.

A primeira entrevistada dessa retranca especial é a jovem Eduarda Secolaro, 22, formada em Estética e Cosmética pelo Centro Universitário Unifafibe, em Bebedouro, no interior de São Paulo. A jovem se formou em 2017 e conta que decidiu seguir esta profissão quando ainda estava no ensino médio: “Estava com muitas dúvidas e resolvi optar pelo que mais me fascinava. Cuidar da beleza das pessoas e trabalhar com a autoestima delas sempre me deixou feliz, então segui este caminho”, conta a esteticista.

Secolaro conta sobre sua primeira experiência no mercado de trabalho: “Foi ao final do primeiro ano de faculdade em uma clínica de estética, em Bebedouro mesmo. Consegui através de um processo seletivo. Lá, minha função era toda a parte de estética facial e corporal”. Foi neste primeiro emprego que a então estudante começou a ter contato com os aparelhos estéticos e também a conduzir os pacientes: “Eu era leiga de qualquer conhecimento prático na faculdade e foi graças a este trabalho que me aperfeiçoei”, relata a jovem.

Apesar de conseguir esta oportunidade ainda no primeiro ano da graduação, Secolaro conta que mesmo assim teve dúvidas sobre o caminho que estava seguindo: “Haviam algumas disciplinas que eu não me adaptava, mas nem todo momento do curso vai nos agradar e entendi que era importante conhecer aquelas áreas, mesmo que, no futuro, eu não fosse exercê-las”, conta motivada.

“Mercado promissor e amplo”

Eduarda comenta ainda que durante as aulas, alguns professores discutiam com os alunos sobre o mercado de trabalho: “Esses assuntos ficaram ainda mais frequentes no último ano do curso, eles sempre diziam que era um mercado promissor e amplo, além de nos dar conselhos de quais áreas podíamos atuar e que muitas vezes eu não fazia nem ideia”. A esteticista lembra ainda de motivações que os professores sempre falavam na sala de aula: “Eles sempre nos incentivavam a não desistir após ouvir um não”.

O incentivo dos professores da Eduarda para com seus alunos é completamente sustentável. Isso porque em pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, a Abihpec, o mercado de beleza no Brasil cresce em torno de 10% e 15% todos os anos, gerando aproximadamente 5 milhões de oportunidades de trabalho, o que deixa e posiciona o setor em uma situação confortável, mesmo em tempos de economia difícil para o país.

A prioridade é maior que tudo

No final de 2018, o IBGE divulgou pesquisa que revelou: o brasileiro gasta mais com beleza do que com comida. De acordo com este resultado, dos R$43,4 bilhões que os brasileiros gastaram comprando produtos de higiene, beleza e cuidados pessoais, em 2011, R$19,8 bilhões foram desembolsados pela classe C. Este mesmo estudo do IBGE revelou que as vendas de cosméticos crescem, ao ano, 13%.

Para se ter ideia, os brasileiros que ganham entre 2 e 10 salários mínimos, gastam 1,3% dos seus salários com produtos para estética.

A inserção no mercado após a faculdade

Após a conclusão do curso, Eduarda conta que havia saído do estágio que conseguiu lá no primeiro ano de faculdade, como havíamos contado acima, e que voltou a trabalhar na área seis meses depois, em outra clínica, onde permanece até hoje: “Agora, vejo minha vida profissional em constante desenvolvimento, ainda quero que muita coisa aconteça, sempre busco me aperfeiçoar mais. Apesar de o mercado ser amplo e promissor, ele precisa ser bem trabalhado. É preciso ter excelência no que se faz, desde a busca por clientes até a fidelização do mesmo”, conta Secolaro.

Para finalizar, a ComTempo pediu à entrevistada que fale diretamente sobre a proposta desta retranca, de aguçar ainda mais a vontade de quem está à procura de emprego e, principalmente, de quem está seguindo esta carreira: “Sugar o máximo de conhecimento que puder é o primeiro passo. Depois, é preciso buscar novos horizontes e não deixar que nada te impeça de seguir sempre em frente. Que seja essencialmente persistente e, jamais, espere algo bater em sua porta. O segredo da conquista por um trabalho é esse que se une ao da estética, com um complemento para essa área em especial, é preciso conquistar as pessoas dia pós dia, temos o poder de ajuda-las a melhorar sua autoestima nas mãos e temos que saber usar esse dom”, finaliza.

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2 comentários sobre ““Temos poder de melhorar a autoestima das pessoas e precisamos saber usá-lo””

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