Quanto custa sua memória?

Se de um momento para outro você perdesse tudo, quanto custaria reconstruir sua história?

Quando procurada no dicionário, a palavra preservação tem, dentre outros, como resultado: “Estado do que não se altera por influência do tempo, das intempéries”. Já a palavra memória, expõe, como primeira resposta: “Faculdade de reter ideias, sensações, impressões, adquiridas anteriormente”.

Com base nessas duas palavras, tão pouco usadas e por que não, valorizadas pelas pessoas, a ComTempo traz reportagem sobre a preservação da memória, pegando como gancho a destruição do Museu Nacional no Rio de Janeiro, no primeiro domingo de setembro.

Afinal, qual o valor de uma memória? Qual o real custo da preservação? Por que os brasileiros têm uma cultura que direciona sua preocupação para diversas coisas, e coloca em segundo, ou último plano, a cultura, a preservação da memória, e sua própria história?

Por que as pessoas só dão valor depois que perdem? Por que pouco ouvia-se falar do acervo riquíssimo exposto no Museu Nacional? Por que liberaram verba para a reconstrução do museu, se poderiam ter liberado para sua preservação?

O brasileiro que não preserva

Aprender com os erros do passado para não cometê-los no presente ou futuro. Para o historiador José Roberto Almeida, este é o valor que a memória possui.

“O fato dos brasileiros não darem valor começa pelo tipo de colonização que foi feita, predatória, de exploração. Da existência dos índios, pouca coisa sobrou. A memória é sempre importante porque ela vai dizer quem você é, vai dar respostas para questões existenciais, culturais e sociais. Se isso não for preservado, nossa relação com o passado vai se perdendo. Vejo que isso não é uma coisa importante na visão do brasileiro e vejo isso com tristeza, pois um país que não conhece sua história, está fadada a repetir os erros do passado”.

É política, é direitos humanos, é cidadania

A historiadora e coordenadora do grupo de pesquisa Memórias, Pesquisa e Políticas Públicas, Sandra Rita Molina concedeu entrevista a ComTempo sobre a importância da preservação dos museus brasileiros e como a ausência deste cuidado é prejudicial ao desenvolvimento político, social e econômico de uma sociedade.

ComTempo: Qual a importância da preservação dos patrimônios históricos pro Brasil?

Sandra: É a exata medida da preservação da nossa memória. E por que é importante? Porque é através da percepção de quem nós somos que decidimos para onde vamos. O patrimônio é a visualização da nossa trajetória. Não apenas o patrimônio arquitetônico, mas também o imaterial, os saberes, fazeres e as celebrações. Vamos pensar no dia 20 de novembro. Por que o Dia da Abolição não é o Dia da Consciência Negra? Por que só a abolição não foi suficiente? A população negra deste país entende o treze de maio como uma celebração de brancos. Ele trouxe a libertação, mas para quem? Liberdade sem pão, sem emprego, sem qualidade de vida? Onde a população negra vai buscar seu espaço de luta? Percebe como é importante saber de onde viemos? Tem a ver com a construção da nossa cidadania, de como entendemos quais são os nossos direitos como exercícios de nossos deveres. Por isso, não temos tanto investimento para o patrimônio, pois quanto mais dinheiro investido, mais empoderada a população de baixa renda. E uma população empoderada cobra por seus direitos.

ComTempo: Como a falta de museus prejudica uma sociedade?

Sandra: De forma brutal. Podemos observar isso acontecer quando pessoas começam a achar que a ditadura não foi tão ruim. Isso é manipulação da memória. O conhecimento da história é importante não apenas por retórica ou cultura, no momento em que estamos vivendo, em especial no Brasil, ele é estratégico, porque pode entender quais grupos políticos estão envolvidos e quais os seus interesses. É pelo conhecimento histórico que começamos a entender o porquê da terra ser tão disputada nesse país, por que o número de mortes é tão disputado. Eu busco isso lá atrás, no nosso modelo de colonização, de coronelismo, onde a lei só entrava pela porteira se o coronel deixasse, é que vou ver a troca de votos que se tem hoje e compreender de onde ela vem – do voto de cabresto do coronelismo. Se antes a história já era importante nesse país, hoje, frente ao que estamos vivendo, ela se torna vital porque consegue mostrar o quanto já caminhamos e o quanto corremos o risco de perder direitos adquiridos. É a história que vai dizer pra nossa população o quanto temos que lutar para ampliar direitos e não suprimi-los em função de uma eficiência econômica, de uma crise que estamos vivendo. Então, se aprender história antes era importante por uma questão cultural e de sobrevivência de nossa memória, hoje ela é importante por uma questão estratégica para a proteção aos direitos sociais que foram adquiridos nos últimos 30 anos. Saber história hoje, é política, é direitos humanos, é exercício de cidadania, é proteger os direitos daqueles que ainda não nasceram nesse país.

Por quê preservar e como?

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) aponta que existem 3.793 museus no país instalados em 1.357 dos 5.570 municípios do Brasil. Isso significa que pouco menos de 25% das cidades brasileiras possuem pelo menos um espaço dedicado à preservação histórica.

Já o Sistema Estadual de Museus do Estado de São Paulo (Sisem), que articula os museus paulistas em favor da preservação, pesquisa e difusão do acervo, mapeou, em 2010, a existência de 415 instituições museológicas dentre públicas e privadas, distribuídas em 190 municípios do Estado.

Rogério Carlos Fábio, representante regional de Barretos, interior de São Paulo, do Sisem, desenvolve trabalho de levantamento das cidades de Altair, Barretos, Bebedouro, Cajobi, Colina, Colômbia, Embaúba, Guaíra, Guaraci, Jaborandi, Monte Azul Paulista, Olímpia, Pirangi, Severínia, Taiaçu, Terra Roxa, Viradouro e Vista Alegre do Alto para avaliar o grau de preservação.

“Nunca se falou tanto da importância de preservar a história brasileira e de cada localidade como nos últimos anos. Claro que isso não é unanimidade, mas notamos diferenças significativas de um local para outro. Ainda estamos longe de políticas públicas eficazes para a valorização do patrimônio brasileiro, que devem ocupar espaço importante quanto ao desenvolvimento educacional, turístico, cultural e econômico de cada lugar”, relata Fábio.

O historiador diz como deveria ser feita a preservação: “O primeiro e importante passo é o projeto museológico que cada museu deve ter, e que deve ser elaborado por profissionais capacitados, como museólogos, historiadores e arquivistas. É essencial, também, diagnosticar a situação de cada museu público e garantir sua preservação e manutenção, avaliando riscos. Muitos museus carecem de investimentos e legislação específica para executarem projetos eficazes”, enfatiza.

Não é velharia, é a história viva

Os primeiros registros de um museu histórico em Bebedouro, interior de São Paulo, são do final da década de 1980, na Casa da Cultura, localizada na Avenida Pedro Paschoal. Tempos depois, o acervo é levado a um casarão no centro da cidade, na rua Coronel Conrado Caldeira, lugar onde cresceu e recebeu curadoria de diversas autoridades, como a professora Léa Pitelli. Em 2006, o casarão foi demolido, grande parte do acervo foi encaixotado e guardado no porão da Biblioteca Municipal e uma pequena amostra, ficou exposta na própria biblioteca.

Depois de 10 anos, o museu ressurge em outro casarão, à rua Tobias Lima, centro, como Casa da Cultura “Professor Waldemar Antônio de Mello” e Museu de Artes e História “Professora Léa Pitelli”, sob o comando do recém assumido coordenador de Museus, Teatro e Bibliotecas, Rogério Carlos Fábio; que organizou o museu conforme assunto e época: a primeira sala, com mobília da década de 20, cadeiras do legislativo, chapeleiros e telefones antigos. Ao lado, objetos sacros, bíblias e imagens santas. Em outro cômodo, utensílios domésticos como enceradeiras, máquina de costura, ferros de passar, objetos de porcelana e um filtro de água. Uma das salas é dedicada à música e às rádios: aparelhos de diversas épocas, amplificadores, microfones, instrumentos musicais, discos e fitas. Em outra sala, objetos marcam a era da ferrovia, artigos da Revolução de 1932 e um rico acervo da revista Manchete, com edições de 1950 a 1990.

O coordenador afirma que o importante é sempre buscar novos itens para compor o acervo, e surpreender o visitante: “valorizar a história local através do museu é preservar a identidade do município. Sempre pensamos como vamos expor o acervo, mantendo um visual mais limpo e uma mudança constante com a chegada de objetos significativos. O museu nunca vai estar pronto, nunca é o lugar de coisas velhas, o museu é o lugar da história viva”, finaliza.

Dos reis do café à preservação da história

Há 100km de Bebedouro, Ribeirão Preto também possui museus, um deles, referência para a ComTempo citar nesta reportagem, possui uma curiosidade: Não é um, mas dois museus dentro de uma só história.

O Museu Histórico e de Ordem Geral e o Museu do Café estão localizados onde foi a sede da antiga Fazenda Monte Alegre, adquirida em 1890 por Francisco Schmidt, barão do café, onde residiu até 1918.

Em 1952 foram doados à Universidade de São Paulo (USP) cerca de 240.000 alqueires da Fazenda Monte Alegre, para a instalação da Faculdade de Medicina e, desta área, aproximadamente 17.000 m², que correspondem às construções e arredores da casa-sede, não foram incluídas e foram concedidas à administração municipal.

Com o objetivo de criar um museu na cidade, Plínio Travassos dos Santos começou a recolher objetos para o acervo, sua maioria, doações. Quando o acervo chegou a um número considerável, foi transferido para o Bosque Municipal onde permaneceu de 1948 a 1949. Em 28 de março de 1951, já instalado na Fazenda Monte Alegre, o museu foi inaugurado com as seções de Artes, Etnologia Indígena, Zoologia, Geologia, História e, mais tarde, Biologia. A criação do Museu foi oficializada através da Lei Municipal n.º 97, de 1 de julho de 1949. Em virtude de seu valor histórico o local foi tombado junto de seu acervo.

“O Museu Municipal foi por mim organizado mediante doações de materiais que obtive desde Janeiro de 1948, e somente em 1951 foi conseguido o prédio em que está instalado.” Trecho extraído de carta do Plínio Travassos dos Santos para o Deputado Dr. Cunha Bueno de 1953.

Para contar a história do Ciclo do Café em Ribeirão Preto e no Brasil, Plínio Travassos dos Santos começou a recolher e colecionar objetos da cultura cafeeira. Elas foram guardadas no Museu Histórico e em 1955, foi inaugurado o Museu do Café de Ribeirão Preto, instalado provisoriamente em três salas e nas varandas que circundam o edifício.

O prédio do Museu do Café Cel. Francisco Schmidt foi construído próximo ao Museu Histórico, por iniciativa da prefeitura e contou com apoio do Instituto Brasileiro do Café (IBC) e do Comendador Geremia Lunardelli. O espaço inaugurado oficialmente em 26 de Janeiro de 1957.

Atualmente os museus estão fechados devido a danos estruturais pela falta de manutenção, mas segundo o diretor José Venancio de Souza Junior, o museu passará por obras emergenciais em breve.

“Fizemos um convênio com o curso de Arquitetura e Engenharia da Universidade Moura Lacerda, que fará um estudo geral de todo o complexo, solo e edificações para nos entregar um estudo completo e um projeto de restauro” diz o diretor sobre sua primeira providência à frente do museus.

Com um acervo estimado em mais de seis mil peças dentre obras de arte e peças históricas, o patrimônio do Museu do Café contém objetos de uso na zona rural como arados, veículos próprios de fazendas, arreios, carro de boi, uma coleção de moinhos para o processamento manual dos grãos de café, pilão e máquinas destinadas a descascar e ventilar o café.

O acervo também tem obras de arte como esculturas representando os imigrantes italianos e alemães e uma série de bustos de personalidades relacionadas ao café como Dr. Henrique Dumont, o primeiro rei do café, Francisco Schmidt, segundo rei do café e Geremia Lunardelli, terceiro rei do café.

De casa de família do interior a santuário de afrescos

Nascido no dia trinta de dezembro de mil novecentos e três, em Brodowski, no interior paulista, foi responsável pela difusão da cultura brasileira pelo mundo no século XX. Filho de imigrantes italianos, Cândido Portinari teve uma infância pobre em uma fazenda de café, onde seus pais trabalhavam na colheita – o que contrasta com sua vida adulta, onde expunha suas obras sobre infância, mazelas e questões sociais brasileiras em salões de todo o globo.

Com paixão pela arte descoberta ainda na infância, Portinari não completou sequer o ensino primário, e aos 14 anos foi recrutado por pintores e escultores italianos que trabalhavam na restauração da igreja de sua cidade. Após isso, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde aprofundou seus estudos na área. Deu volta ao mundo, expondo suas mais de cinco mil obras, entre pinturas em tamanhos padrão – como o Lavrador de Café – a painéis gigantescos, como Guerra e Paz, exposto na sede da ONU.

Ironicamente, a tinta que traçou seu caminho foi a mesma que nele pôs fiz. Portinari faleceu no dia seis de fevereiro de mil novecentos e sessenta e dois, no Rio de Janeiro, intoxicado pelos colorantes por ele utilizados. Sua memória, porém, segue timbrada em diversas partes do mundo, como na biblioteca do Congresso, em Washington, e na Capela da Pampulha, em Belo Horizonte. Porém, é na casa em que cresceu, em Brodowski, onde suas mais profundas lembranças permanecem.

Localizado na praça que carrega seu nome, número 298, no centro da cidade, o Museu Casa de Portinari abriga desde objetos de uso pessoal do artista a pinturas murais, feitas por Cândido e amigos. O local conta com recursos tecnológicos como maquete de projeção das reformas do imóvel, uma foto que conta a história da família, linha do tempo completa sobre o artista em três idiomas e jogo da memória interativo. Os jardins da casa também fazem parte da visita.

Todas as lembranças ali abrigadas são preservadas por contrato entre a Secretaria do Estado de São Paulo com Organização Social de Cultura ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), que criada em 1996, tem como missão gerir as unidades museológicas por meio de pesquisas, conservação e difusão dos acervos, com responsabilidade socioambiental, contribuindo para o desenvolvimento humano e comprometendo-se com a justiça social, a democracia e a cidadania. A instituição também capta verbas por meio de leis de incentivos, através da venda de produtos nas lojas físicas e online, por meio do programa de parceiros e com o ingresso voluntário.

Segundo Juliana Dias, assessora do museu, O legado artístico e intelectual de Cândido Portinari é um dos maiores patrimônios culturais do Brasil. “A atual exposição de longa duração da instituição “Narrativas de uma vida: um pintor, um tempo, um lugar…” explica a ligação do artista com suas origens, a terra natal era sua inspiração e o seu povo e suas memórias eram por ele frequentemente retratados em suas telas. O museu ainda trabalha com três outras memória locais importantes: a ferroviária, a cafeeira e a da imigração – principalmente italiana.”

Segundo ela, manter o museu é um trabalho complexo e permanente: “É preciso pensar o museu como um todo. O trabalho realizado pela instituição é feito por meio de programas que comtemplam os cuidados e a zeladoria da edificação, a conservação preventiva de acervo, a comunicação do acervo, o trabalho educativo, a sustentabilidade – tanto institucional, quanto ambiental – pesquisa, novas possibilidades de captação e de formação de público e de comunicação com essas pessoas, É um trabalho complexo e permanente.” finaliza.

Referência de memória e preservação? O Brasil tem!

A ComTempo chegou ao Amapá, e posteriormente, ao Museu Sacaca, espaço que, apesar de contar e guardar a memória de um Estado, pode ser referência em segurança, organização e valorização da cultura. Paulo Anchieta, chefe de museologia do espaço, falou sobre a criação do museu e as medidas tomadas para que o acervo esteja sempre seguro e bem exposto aos visitantes.

“O Museu Sacaca é, antes de tudo, um museu sobre a história do Amapá, que mesmo não tendo data específica de criação, sua origem está relacionada à evolução de dois outros museus amapaenses: o Museu Histórico e Científico Joaquim Caetano da Silva e o Museu de História Natural Ângelo Moreira da Costa Lima. Em 1980, ambos foram unificados e, tempos depois, com a criação do IEPA (Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá), tiveram seu corpo-técnico e acervos ampliados, recebendo pequena exposição permanente montada. Em 1999 foi acrescentado ‘Sacaca’ ao nome do Museu, passando então a chamar-se Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável”, conta o museólogo.

Sacaca, que no regionalismo amazônico significa ação ou prática de bruxo, foi como ficou conhecido Raimundo dos Santos Souza (1926-1999), que se tornou ícone da história amapaense por conta do seu conhecimento em relação às ervas, à mata e às plantas medicinais. Sabedoria essa que adquiriu ainda na infância, quando teve contato, e passou a trabalhar como auxiliar de pesquisadores estrangeiros na época em que o Amapá ainda pertencia ao estado do Pará.

De acordo com Anchieta, o Museu é composto por várias ambientações, como a Casa da Parteira; Casa do Castanheiro; Casa do Ribeirinho; Totem das Etnias; Maloca Multiuso (espaço destinado a atividades de contos literários de histórias, poesia, teatro); Casa de Vidro; Memorial do Sacaca; Praça do Sacaca; Regatão (barco de comércio que levava mercadorias básicas e recados até as comunidades mais distantes); Praça das Etnias; Casa da Exposição Permanente e o Sítio Arqueológico.

Manutenção e preservação

O Museu, segundo Anchieta, é fechado “todas as segundas-feiras para manutenção de toda a área, tanto da parte predial, quanto do Museu a Céu Aberto. A equipe de conservação e manutenção do museu trabalha o dia todo verificando, tanto a limpeza do terreno, quanto a parte elétrica e hidráulica”, explica o museólogo, que continua, “Além da manutenção semanal, o museu também passou por revitalização no início de 2018, onde alguns espaços foram reformados e construídos, como: Memorial do Sacaca, Bosque do Açaí, Orquidário, Casa das Parteiras, Museu Escola, Regatão, passarelas e pontes suspensas. O projeto de revitalização ocorreu com intuito de proporcionar melhor conforto aos visitantes”.

Há grande representação da cultura amazônica no museu, algo de extrema importância para o Amapá, pois as pessoas começam a conhecer o que realmente tem no Estado. Quem visita o museu, tem conhecimento ímpar em relação à cultura e história amapaense.

Apoio à educação

O Museu Sacaca traz ainda, espaço educacional, com proposta de unir os alunos e o museu. As ações são operacionalizadas a partir da iniciativa e da participação dos diversos segmentos envolvidos, em um processo constante de construção e reconstrução. Portanto, o referencial teórico-metodológico apresentado é o ponto de partida, a base necessária à produção do conhecimento, que é enriquecido no processo. O espaço apresenta o Planetário Móvel Mayawaka, projeto itinerante que propõe o trabalho dos alunos com astronomia, por meio de simulações relacionadas ao céu noturno. É possível mostrar aos alunos o céu em qualquer época (passado, presente e futuro), além de representar as fases da lua e eclipses, assim como fenômenos que acontecem ou podem acontecer.

O planetário tem dimensões de 6 metros de diâmetro na base e cerca de 4,5 metros de altura, com capacidade para 30 pessoas por sessão, que duram aproximadamente meia hora.

Ainda de acordo com o museu, a área educacional tem o Bloco Pedagógico, construído com sala de monitoria, vestiário, mini auditório e depósito, além de banheiros femininos e masculinos. Vale ressaltar que todo o espaço são estruturados com adequações para acessibilidade e inclusão social.

As ações educativas são coordenadas pelo setor de Ação Cultural e Educativa do Museu Sacaca em parceria com pesquisadores do IEPA de diversas áreas, escolas e organizações comunitárias com a proposta de fomentar a pesquisa e o estudo em torno do patrimônio cultural e do museu enquanto instrumento pedagógico, através do acesso ao conhecimento científico e tecnológico e da valorização e preservação do patrimônio cultural e da cultura amazônica.

A preservação é seu dever

Sem história, somos um amontoado de matéria biológica vagando pela terra sem propósitos. É preciso preservar, cuidar e, principalmente, dar valor. É preciso saber que seus atos hoje, serão sua história amanhã, que sua formação é possível hoje, porque alguém lutou ontem e, entender que se hoje somos capazes de pensar e refletir, é porque alguém historiou e tornou esse fato possível.

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